sábado, 11 de dezembro de 2010

Sem Palavras

Após um título, muitas das vezes não se tem o que falar apenas expressar, ou até mesmo dizer o que está sentindo.

Parabéns Fluminense!

Toda a trajetória começou em 2009, abalado o Fluminense seguia para seu ano pós final de libertadores, onde a equipe e seus torcedores ainda sofriam com a perda.
Investimento em jogadores medianos, e o fim daquele time vice campeão não dava grandes esperanças a torcida do Fluminense, que em mais um carioca viu seu rival Flamengo erguer a taça.

Começa o sofrimento, que para muitos já existia antes mesmo do começo da temporada, o Fluminense só perdia, era pisado, massacrado, e sim muitas das vezes era vaiado. O futuro que era reservado ao tricolor para muitos era o da decadência, onde a equipe desceria para série B, sendo assim um dejavu dos anos nefastos anteriores.

Pelas laranjeiras passaram aqueles que um dia já resolveram, até chegar a aquele que em outro momento não teve sua devida oportunidade. Aquele time rebaixado meses antes do fim do campeonato se mostrava outro, se mostrava um time empenhado, impulsionado por aqueles jogadores, que até hoje são chamados de guerreiros.

Muitos devem se perguntar o que isso tem a ver com o título de 2010, bom logo os digo que os guerreiros são os mesmos, o que mudou foi o empenho, e além de tudo a vontade de ser campeão.

Por onde vou ouço que o Fluminense não seria nada sem sua torcida, para os mesmos que dizem isso eu os respondo que a torcida não seria nada sem o Fluminense.

Devemos curtir a glória, viver dela, porém já ir planejando as futuras que devem vir, para que mais a frente esta que acabamos de viver seja apenas mais uma, bem comemorada por sinal, ou até com um sentimento sem igual, porém será apenas mais uma.

Antes de finalizar, eu gostaria de agradecer ao meu ídolo DÁRIO LEONARDO CONCA, que sem ele não seriamos nada, não teríamos nada este ano, pois sua garra e seu empenho fazem dele o mais novo ídolo tricolor.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Fidalguia

Na festa do Brasileirão de 2010, o presidente do Corinthians - Andres Sanchez - demonstrou que não sabe perder, assim como parte da torcida do Flu que estava no Municipal demonstrou não saber ganhar.

A deselegante e injustificável provocação do presidente do corinthians foi uma reação à falta de educação de parte da torcida durante o evento.

Afinal, é ou não é falta de educação vaiar os jogadores adversários ao terem seus nomes anunciados por estar concorrendo, merecidamente, a melhores do campeonato em suas posições? Eles estão ali, acompanhados de familiares, mereciam as indicações e mesmo assim foram vaiados e hostilizados.

Sinceramente, esse tipo de postura não combina com a FIDALGUIA tricolor. Não precisam bater palmas. Mas… vaiar?! Ontem os nossos torcedores fizeram o mesmo que fizeram os do flamengo no ano passado, e o que fariam os do vasco e botafogo, e também os do corinthians se a festa fosse em São Paulo.

E isso é lamentável. Imaginem se fôssemos nós os vice-campeões e víssemos o conca sendo vaiado e xingado por um auditório paulista ao receber os prêmios que mereceu receber?

Na cerimônia do em que o Thiago Silva ganhou o prêmio de craque da galera, houve todo respeito ao profissional que ele é, mas sem vaias aos pais de família que estavam ali igualmente sendo homenageados. Mesma atitude para o Conca em 2009.

Chorei copiosamente em vários jogos, sofri e fiquei aliviado tanto quanto qualquer outro tricolor quando terminou. Mas sempre gosto de respeitar os adversários, mesmo quando a recíproca não for verdadeira. Somos maiores do que isso. Somos maiores do que as provocações que ignoram fatos históricos. Quem vocês acham que é o Pioneiro no futebol carioca e Brasileiro?

Fico feliz e comemoro a vitória merecida do meu time. Não é preciso diminuir os rivais para se sentir maior. Você é grande pelas próprias conquistas e não pelo fracasso dos outros.

Sejamos, mais uma vez, diferentes dos demais por sabermos ganhar com um nível e educação que os outros ainda não alcançaram.

O Fluminense não ficou ainda maior quando o corinthians perdeu. Se agigantou por causa da NOSSA VITÓRIA e não por conta da derrota deles.

Vamos exaltar nossos méritos, nosso merecido título, que ganhamos apesar da CBF, da arbitragem, da perda do maraca, enfim, apesar de tudo e de todos. Mas não vamos descer ao nível deles fazendo apologia à falta de educação.

Estamos começando uma nova era, que tem tudo para ser a mais vitoriosa da história do clube. Temos um excelente presidente eleito, um técnico fora de série, o melhor patrocínio do Brasil e um elenco cheio de grandes jogadores com contratos longos.

VAMOS VIVER ESTA NOVA ERA SENDO DIFERENTES. SENDO AQUELES QUE SABEM GANHAR, COMO SEMPRE SOUBEMOS.

O GIGANTE ADORMECIDO ESTÁ VOLTANDO.

Saudações Tricolores!

domingo, 28 de novembro de 2010

Não há vencedores


NA FOLHA DE S.PAULO DESTE DOMINGO 28\11\2010



Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública do Rio terá de passar pela garantia dos direitos dos cidadãos da favela



Dezenas de jovens pobres, negros, armados de fuzis, marcham em fuga, pelo meio do mato. Não se trata de uma marcha revolucionária, como a cena poderia sugerir em outro tempo e lugar.
Eles estão com armas nas mãos e as cabeças vazias. Não defendem ideologia. Não disputam o Estado. Não há sequer expectativa de vida.
Só conhecem a barbárie. A maioria não concluiu o ensino fundamental e sabe que vai morrer ou ser presa.
As imagens aéreas na TV, em tempo real, são terríveis: exibem pessoas que tanto podem matar como se tornar cadáveres a qualquer hora. A cena ocorre após a chegada das forças policiais do Estado à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro.
O ideal seria uma rendição, mas isso é difícil de acontecer. O risco de um banho de sangue, sim, é real, porque prevalece na segurança pública a lógica da guerra. O Estado cumpre, assim, o seu papel tradicional. Mas, ao final, não costuma haver vencedores.
Esse modelo de enfrentamento não parece eficaz. Prova disso é que, não faz tanto tempo assim, nesta mesma gestão do governo estadual, em 2007, no próprio Complexo do Alemão, a polícia entrou e matou 19. E eis que, agora, a polícia vê a necessidade de entrar na mesma favela de novo.
Tem sido assim no Brasil há tempos. Essa lógica da guerra prevalece no Brasil desde Canudos. E nunca proporcionou segurança de fato. Novas crises virão. E novas mortes. Até quando? Não vai ser um Dia D como esse agora anunciado que vai garantir a paz. Essa analogia à data histórica da 2ª Guerra Mundial não passa de fraude midiática.
Essa crise se explica, em parte, por uma concepção do papel da polícia que envolve o confronto armado com os bandos do varejo das drogas. Isso nunca vai acabar com o tráfico. Este existe em todo lugar, no mundo inteiro. E quem leva drogas e armas às favelas?
É preciso patrulhar a baía de Guanabara, portos, fronteiras, aeroportos clandestinos. O lucrativo negócio das armas e drogas é máfia internacional. Ingenuidade acreditar que confrontos armados nas favelas podem acabar com o crime organizado. Ter a polícia que mais mata e que mais morre no mundo não resolve.
Falta vontade política para valorizar e preparar os policiais para enfrentar o crime onde o crime se organiza -onde há poder e dinheiro. E, na origem da crise, há ainda a desigualdade. É a miséria que se apresenta como pano de fundo no zoom das câmeras de TV. Mas são os homens armados em fuga e o aparato bélico do Estado os protagonistas do impressionante espetáculo, em narrativa estruturada pelo viés maniqueísta da eterna “guerra” entre o bem e o mal.
Como o “inimigo” mora na favela, são seus moradores que sofrem os efeitos colaterais da “guerra”, enquanto a crise parece não afetar tanto assim a vida na zona sul, onde a ação da polícia se traduziu no aumento do policiamento preventivo. A violência é desigual.
É preciso construir mais do que só a solução tópica de uma crise episódica. Nem nas UPPs se providenciou ainda algo além da ação policial. Falta saúde, creche, escola, assistência social, lazer.
O poder público não recolhe o lixo nas áreas em que a polícia é instrumento de apartheid. Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública terá de passar pela garantia dos direitos básicos dos cidadãos da favela.
Da população das favelas, 99% são pessoas honestas que saem todo dia para trabalhar na fábrica, na rua, na nossa casa, para produzir trabalho, arte e vida. E essa gente -com as suas comunidades tornadas em praças de “guerra”- não consegue exercer sequer o direito de dormir em paz.
Quem dera houvesse, como nas favelas, só 1% de criminosos nos parlamentos e no Judiciário…

MARCELO FREIXO, professor de história, deputado estadual (PSOL-RJ), é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.




Minha opinião: A lucidez de Freixo é muito boa.
E note que, até agora, nenhum político foi preso pela operação policial.
Nem mesmo nenhum integrante das milícias que dominam os morros.
E o governador do Rio também não consegue dar uma explicação razoável para a mansão que possui.
Imaginar que o problema esteja naqueles pés-rapados que vimos em fuga é abusar da nossa ignorância.

sábado, 6 de novembro de 2010

Por Arnaldo Jabor


"Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim.
Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah, terminei o namoro...'
- 'Nossa, quanto tempo?'
- 'Cinco anos....
Mas não deu certo...acabou
'É não deu...?
Claro que deu!
Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam.
Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate....se joga...se não bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós.
Morremos sós.
Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte.
Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta.
É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar.
Ou se apaixonar.
Ou se culpar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?"

sábado, 9 de outubro de 2010

Futebol

Compreendo aqueles que tanto criticam, aqueles cuja indiferença predomina, compreendo até mesmo aqueles que, com razão, justificam sua aversão pelo fato deste ser o ópio do povo, uma forma de controle social. Compreendo.
Ah, que forma de ser manipulado. Pois digo-lhes que se toda forma de controle do povo fosse como esta, seríamos ignorantes felizes e apaixonados, morrendo por um lado, porém vivíssimos e satisfeitos por outro.
paixão pelo futebol é adolescente e infinita, não acaba, não nos deixa. Não se tranforma no amor chato e entediante, não cai na rotina, ela é e sempre será a maior paixão de um homem ligado ao suprassumo esportivo. Nos faz chorar, nos faz gritar, nos faz sorrir e, acima de tudo, nos faz esquecer, mesmo que durante apenas 90 minutos, de toda a dor e dificuldade presentes.
E que 90 minutos. Um tempo inesgotável, em que o ódio se transforma em êxtase pleno em menos de 5 segundos. É o tempo que para, são as luzes que acendem e focam única e simplesmente em você, pois é a ti que o combate é feito, é para sua satisfação e de mais ninguém. Guerreiros suam e se digladiam em sua homenagem, com toda sua raça e disposição. Pois neste mundo de fantasia e paixão, a hipocrisia não existe e o dinheiro torna-se apenas um coadjuvante.
Ah, que guerreiros, aqueles que não traem, aqueles que sentem, aqueles que choram. Lutam em poças, correm em desertos, escalam montanhas, pois é para ti, é para todos, é para que, no fim, possamos, debaixo de lágrimas e gritos ecoados, soltar o sonoro: É campeão!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Comer Rezar Amar

Perder o equilíbrio por amor, é sinal de uma vida equilibrada.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Medos

Muitos buscam por algo sem fazer ideia exatamente do que vão encontrar. Supervalorizam ou se apegam demais a tudo quando não vejo motivo algum a não ser por um grande orgulho, satisfação pessoal ou carência (falta de amor próprio). Tenho um exemplo que mostra bem o que eu disse nesse início e acho legal confessar: quando mais novo, sonhava em ser astrônomo quanto na verdade as portas da vida me abriram para as Ciências Contábeis.
Nada mal para quem leva a vida como um método de “partidas dobradas” (para todo um débito deverá haver um crédito) e os sentimentos como um “balanço patrimonial contábil” – mesmo sendo considerada a contabilidade uma ciência “social” e não “exata” – pois tudo na minha vida tem que fechar de forma lógica e racional. E nem sempre estou certo quanto a isso, pois sofro muito mais de forma “social” e “normal” do que “científica” quando encontro dificuldades na vida.
Antes soubesse, naquela época, que realmente não existe nada demais em tudo isso, ou mais ainda, soubesse que verdadeiramente não iria chegar a viver o que considerava um sonho, mas nem sempre temos aquilo que queremos.
A verdade é que: “desejos molhados” é uma coisa; e “necessidade de crescimento” é outra.
A velocidade me pegou de um jeito que eu não poderia prever. Junto a isso, o preparo também ficou longe do meu lado. Sem preparo, tudo fica ainda mais complexo. O que me impediria de construir um caminho suicida? Ou ainda mais, onde será que busquei a força necessária para conviver com tudo isso de forma a não me perder? Não sei, só sei que sei. Talvez a criação dada pela a minha mãe e a ausência do meu pai tenha sido fundamental e primordial para que o meu processo de amadurecimento tenha-se consumado através do profissionalismo precoce. O fato é que essa sedução e ganância por crescimento e maturidade precoce têm encontrando ao longo do tempo um escudo que eu não conseguia enxergar, mas que esteve sempre ali e que por ora eu venci e todo o impacto absorvido tenha gerado um efeito muito desagradável. Também sei que agora preciso vencer uma batalha épica interna com uma pessoa que amadureceu cedo demais dentro de mim e que pulou algumas etapas da ordem natural.
Acredito que praticamente todos os complexos humanos sejam causados pelo medo. O medo define muita coisa, prejudica imensamente qualquer ser humano. Hoje, por exemplo, nesse exato momento, tenho medo. Embora ninguém saiba, embora me vejam como uma pessoa segura, racional e centrada, o medo é algo presente em minha vida a todo instante. Lutar contra ele é como ou secar gelo na tentativa de dominar o mundo só com a racionalização. O medo não bate na porta, não avisa que está chegando e muito menos se retira quando solicitado. Enfrenta-se o medo com atitudes, arriscando e com o auto-conhecimento. E como todo processo, existe um marco zero, com a confissão do medo. Não tenho vergonha em tê-lo e dizê-lo, aliás, não compartilhar dele seria provavelmente prepotente e arrogante, tendo em vista tudo o que vem acontecendo em minha vida. Pleitear segurança e estabilidade emocional sem arriscar seria não apenas mentiroso, como covarde. E provavelmente o primeiro passo para a decepção.

Acho que esse texto seja apenas um desabafo solitário, uma forma de deixar claro para mim mesmo: não há relacionamento, dinheiro ou prazer suficiente para segurar minha estabilidade emocional. Pelo contrário, são esses os principais ingredientes para um desajuste, momentos perigosos e traiçoeiros quando não se há paz interior e inteligência emocional. Estou no início de tudo isso de forma mais clara e madura e somente agora percebo, mesmo que em menor escala, tudo que envolve o meu crescimento profissional e sentimental. E eu bem achava que seria fácil administrar tudo isso.
Do medo vem a angústia, a insegurança, o pânico do fracasso (algo que me acompanha ultimamente). Mas dentro do pacote também posso notar a vontade de provar pra mim mesmo de que sou capaz, embora, confesso novamente, algumas vezes chego a questionar de forma insegura essa capacidade através da baixa-estima. Um turbilhão de emoções, presente em qualquer indivíduo que tenha vivido uma vida de luta, muito trabalho e decepções amorosas, agora elevadas à milésima potência. Não posso dizer que tudo isso irá acabar, pois foi da boca de um ministrante que ouvi que não há ator e músico de verdade que não sinta nervosismo antes de entrar em cena, a não ser os arrogantes. Assumo meus medos, assumo minhas inseguranças e prometo pra mim mesmo que, seja qual for o desafio, jamais deixarei que esses sintomas controlem minha mente e corpo o suficiente para fazer com que eu não tenha a força para vencê-los.
A coragem e o compromisso hão de falar mais alto, sempre.


Marcus Vinicius

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pão e Circo

Nessa política de pão e circo, raras vezes pudemos presenciar tanto circo. Nem mesmo com Getúlio e suas infinitas táticas minuciosas de distração popular através do futebol, fomos capazes de presenciar tamanha chafurdação do povo em ópio fantasioso. Que tipo de pessoa reclamaria de seu governo quando este traz para o país o Panamericano (os jogos, não o banco), a Copa do Mundo e, quem sabe, as Olimpíadas?
Contudo, uma realidade é clara: o Brasil não está preparado para sediar uma Copa do Mundo. Este fato é nitidamente comprovado por qualquer fã futebolístico acostumado a marcar presença nos estádios brasileiros. O motivo? A corrupção dos ingressos.
Se você acha que poderá assistir a sua seleção, ou a qualquer outra partida da Copa, pense novamente. Maiores são as chances de você conseguir tal proeza no sul da Indonésia do que em seu próprio país. A menos, é claro, que sejas dotado de um imenso potencial financeiro, capaz de pagar as fábulas exorbitantes cobradas pelos ingressos oficiais ou as mais fantasiosas cobradas pelos cambistas. A Copa não é para o povo brasileiro, povinho que se reunirá às portas dos estádios para assistir em telões, tomando sua Skol (3 “é” 5) e preparando o funk para a seqüência.

Ainda não se sabe ao certo como será o esquema adotado em 2014 para a venda dos ingressos, mas de uma coisa já sabemos: da porcentagem destinada aos brasileiros a preços populares (esta ridiculamente pequena), a esmagadora maioria será vendida diretamente aos cambistas, agências de turismo e estabelecimentos comerciais, que automaticamente converterão os valores para os milhares de reais ou sorteios (Guanabara que o diga). Você não verá a cor deste ingresso, nem eu, nem qualquer um de nós. A situação é vergonhosa, não há estrutura, não há organização. E nossa polícia, bem, ela de fato sabe como agir neste tipo de caso, descendo o sarrafo em inocentes e jogando spray de pimenta em mulheres e crianças.
Um exemplo claro do despreparo completo do país para um evento de grande porte foi a final daLibertadores 2008, entre Fluminense e LDU. A corrupção foi tanta que, em apenas 4 horas, todos os 68 mil ingressos já estavam esgotados. Para isso acontecer, teriam de vender 5 ingressos a cada 1 segundo. O detalhe é que não houve venda pela internet, somente nos guichês especializados (imaginem, 5 ingressos por segundo).



Além de todos os motivos que levam um cidadão inteligente a ser contra o evento, teremos ainda os gastos públicos focados na construção de estádios de última geração. Dinheiro este que será absurdamente super-faturado para encher mais ainda os bolsos dos safados corruptos, marca característica desta União.
Veremos, como vimos no Panamericano, o dinheiro escoando dos cofres públicos, aos bilhões, em obras depois esquecidas, ou até mesmo dadas! Vide a vergonhosa situação de entregar, completamente de graça, um estádio que custou 280 milhões de reais (do nosso dinheiro) para o Botafogo. Dinheiro esquecido, escoado pelo ralo para encher os olhos de uma população necessitada de entretenimento. Vide também os milhões gastos na arena multiuso e no parque aquático Maria Lenk, completamente abandonados às moscas.
Penso, ou melhor, desespero-me ao imaginar a quantidade de bons projetos que seriam viabilizados com tamanho orçamento público. Esse é o país em que vivemos, a vergonha de governo que temos.

Adolescência...

A rebeldia adolescente é uma verdade quase absoluta na história humana. Aquela maldita fase cheia de espinhas onde o objetivo principal é simplesmente passar “causando” o máximo possível. Justo por isso há uma incrível tendência de ignorar completamente os conselhos daqueles que, com certeza, sabem muito mais da vida que os próprios melequentos.

Tentar manter uma conversa inteligente com um adolescente é tarefa para verdadeiros guerreiros. Sei disso, pois, via nos olhos dos adultos na época o sofrimento que era para me doutrinar. A simples e única idéia do rapazinho estar falando com alguém que ele considera adulto já faz com que sua vontade de produzir sons caia drasticamente. A coisa toda vira praticamente um monólogo, com o adolescente numa expressão de “tromba”:
- Fala marquinhos, tudo bem, rapaz? E aí, como que você tá?
- Bem.
- Que bom… E o Fluminense hein, tá mal… Na terceira divisão hein?
- É.
- Tem acompanhado os jogos, torcendo?
- Uhum.
- E a mulherada, já tá namorando?
- (silêncio) – ele vira os olhos pra cima e ignora a pergunta. Esse é o momento em que você inventa uma desculpa e vai embora.

Acredito que, se fosse possível instalar um sistema de interpretação dos pensamentos desse rapaz supra citado, sairia algo como: “que coisa insuportável, será que as pessoas não percebem que eu sou diferente? Que eu sou especial? Eu tenho uma visão muito mais ampla, consigo compreender as coisas, detesto perder tempo com conversas idiotas”. O adolescente sempre se considera “mais” alguma coisa, quando a realidade o trata de forma muito mais dura.

Nessa fase, todos os conselhos são ignorados. Os pais deixam de ser o modelo a se seguir e passam a ser os obstáculos a se driblar. Aliás, todos os pais de adolescentes são insuportáveis e “os pais dos meus amigos são muito melhores que os meus”. Absolutamente todos os conselhos passam para a linha do “ai que insuportável”.
“Meu filho, não bebe na festa, você não precisa beber para se inserir”  Ai, que insuportável.
“Marquinhos, se você sentir que vai rolar alguma coisa com uma menina, não esquece da camisinha”  Ai, que insuportável.
“Você precisa passar o protetor solar”  Ai, que insuportável.
“Você não está usando drogas, né, meu filho?”  Ai, que insuportável.
“Marcus Vinicius, larga o computador um pouco, vem ficar com a família”  Ai, que insuportável.

Hoje em dia, chega a me assustar como o padrão de comportamento é quase o mesmo para todos os adolescentes quando o assunto em questão é a interação com adultos. Engraçado que eu achava isso nromal demais. Claro, muitos deles variam entre si, como “O Pegador”, “O Nerd, “A Piranha”, “A Santinha”, entre tantas outras variações, mas em resumo, quando se trata de gente mais velha, o comportamento é o mesmo. Aliás, já repararam que a variação entre si dos adolescentes é sempre com relação à quantidade de parceiros ou interessados do sexo oposto? Uma verdadeira guerra do beijo na boca, onde o status social depende inteiramente da forma como você lida com isso. Os rapazes sobem quanto mais mulheres “pegam” e as meninas sobem quanto mais homens “ficam interessados por ela”, lembrando que, se ela ceder para um número considerado “grande”, já passa para o status de piranha.

O tempo passa, é claro, e aquele adolescente rebelde, todo revoltado com o sistema, ora tímido e ora extrovertido que só usava preto, começa a perceber como os conselhos da mamãe eram sensatos. Percebem que a frase padrão do “eu nunca vou fazer com meus filhos o que vocês fazem comigo” não passava de rebeldia, pois agora tudo faz sentido. As experiências vão ensinando, a sabedoria dá seu “start” e a vida começa a ficar muito mais séria.

Marcus Vinicius

Eu quero o bom e velho rock de volta!



Se existe um assunto que me pertuba e muito é esse. Quem me conhece já me viu com comportamento revoltado e não contente com as coisas que me indagam inúmeras vezes, seja de forma xingando, resmugando e perguntando para Deus porque estamos vivendo a pior fase da história do rock nacional, quer dizer, o que fizemos para merecer eles como principais representantes do nosso rock?

Donos de um exército de fãs de 13 anos, que não sabem nada de música e se excitam ao ver meninos afeminados com roupas de mulher, Restart está sendo considerado o novo modelo de rock nacional por muitos meios de comunicação. O happy rock, acaba não sendo apenas a revolta dos emos que queriam ser felizes, também estão conseguindo acabar com a qualidade e a credibilidade do nosso bom rock n roll nacional, que já foi de altíssimo nível um dia.. e faz tempo... 

“No prêmio Multishow, após a autodemissão do diretor do canal, Guilherme Zonta, que declarou: tenho um carinho muito grande pelo Multishow”, afirmou o ex-diretor. “Foi uma casa onde aprendi muito e também ajudei a construir ao longo dos anos. No entanto, já faz algumas edições que o prêmio virou um grande canteiro de gente ruim, artistas fracos, sem personalidade e apenas com apelo comercial" (salva de palmas )

Para ele, artistas como Nxzero, Cine, e até mesmo o Restart não merecem estar todos os anos entre os indicados. Um dos componentes do restar declarou "Somos a salvação do rock! Não sei o porquê de tanta má vontade com a gente! Somos os Beatles do ano 2000! Além de sermos um bando de jovens com fãs histéricas também temos 300.000 seguidores no Twitter!"

Para tudo. Eu sinto a sua indignação, que gosta tanto de rock, juro! 

As fãs histéricas do Restart atacaram de novo, e foi no VMB 2010.

Restart levou cinco prêmios na noite e o prêmio mais desejado de ARTISTA DO ANO, obviamente sobre fortes vaias da platéia, que continha pessoas obviamente com mais de 13 anos e que já tiveram sua primeira menstruação.

Como cresci ouvindo bandas nacionais de altíssimo nível como Raimundos, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Cazuza, Titãs, Charlie Brown Jr., Irá !, Raul Seixas, Skank,Mamonas, Planet Hemp, Capital Inicial etc.. Não consigo aceitar de jeito nenhum que toda história que eles construíram seja apagada pela sombra rosa desse rockzinho podre que está ai. E não começou com eles essa história de apelar para adolescentes histéricas para conseguir vender CD's e músicas totalmente sem conteúdo, vejo Nx Zero e Fresno como o começo dessa moda idiota, bandas que se vendem para conseguir fama me dão um nojo que sinto vontade de vomitar neles..

Não vamos ser idiotas, vocês realmente acham que eles gostam do que tocam? Tem um puta produtor que os moldam para se tornarem melhor vendáveis para um público potencial, adolescentes carentes de afeto. E eles se vendem pelo dinheiro e fama que isso trará obviamente.

Não vamos ser idiotas [2], de acreditar que não existam novas bandas ótimas por ai que tocam um rock de alto de nível, com grande conteúdo e que representem bagarai a gente. O grande problema é a máfia que está por trás da indústria musical e das rádios, é tudo questão de influência e dinheiro. O bom não é mostrado por ser bom, na real o que ocorre é o que tem maior potencial de venda e de dinheiro para trazer que é contratado e divulgado.

Não vamos deixar nosso rock na mão de crianças que não sabem nada! Tomem atitude, não é só você que tá de saco cheio desses caras encobrindo grandes músicos que já existem e que estão por vir.




domingo, 26 de setembro de 2010

Arrependimento

Já fiz muitas coisas que hoje categorizo na lista das imbecilidades durante a vida. Mas o que seria dos acertos sem os erros? Qual seria nosso parâmetro para o comportamento ideal e a harmonia, sem o contrapeso do que nos faz mal? É preciso conhecer a fera para poder enfrentá-la. Contudo, no meio de uma vida onde erramos e acertamos, onde deve ficar encaixado oarrependimento?
Há um fato fundamental a ser colocado em cima da mesa antes que possamos julgar atitudes: o ser humano está quase sempre lutando para o seu próprio bem-estar. Isso significa que mesmo uma ação posteriormente julgada como estúpida provavelmente fora realizada com objetivos claros de conseguir alguma coisa. A frustração, contudo, é um dos grandes catalizadores para o arrependimento. Quando não conseguimos aquilo que gostaríamos e, por consequência, ainda temos um prejuízo por conta do ato, a primeira afirmação que chega aos nossos pensamentos é:“como me arrependo de ter feito isso”, ou, mais comum: “se eu pudesse voltar no tempo…”.
Sim, existem atos verdadeiramente estúpidos. Contudo, há também uma linha mais tênue entre o arrependimento sincero e o covarde. Observo, com uma constância maior do que gostaria, pessoas que colocam a culpa de tudo em suas próprias decisões do passado. “Ah, se eu não tivesse largado a faculdade”, “ah, se eu tivesse seguido o conselho de meu pai”“ah, se eu não tivesse saltado do quarto andar pensando que era o Super-Homem e ficado paralítico” – Ok, a última de fato eu consigo enxergar como arrependimento sincero, mas as demais não passam de bobagens atiradas por covardes. E mesmo o paralítico deve ter plena consciência de sua capacidade.
Não há ação que não gere reação. Nossos atos, sendo ou não estúpidos, tendem a nos devolver consequências positivas e negativas. O cidadão que decide cheirar uma carreira de cocaína sem dúvida viverá momentos de êxtase, mas não preciso comentar sobre os efeitos negativos que podem acompanhá-lo. Nossas bifurcações existenciais são, muitas vezes, como a carreira de cocaína posta em nossa frente, devemos decidir, num misto da personalidade que temos baseada nas influências que nos cercam, muitas vezes em pouquíssimo tempo. E é aí que muitos outros fatores começam a pesar de forma considerável.  As consequências, podem ser tão maravilhosas quanto trágicas. O que não podemos nunca esquecer, contudo, é de todas as experiências que aquele momento nos proporciona.
O arrependimento bate nesses momentos. Nosso cérebro, na tentativa de tentar se defender da dor, imagina as possibilidades do “se”“Se eu não tivesse me entregue ao amante”, “se eu não tivesse comprado”“se eu tivesse terminado mais cedo”. Não, a vida não é baseada nos “se’s” a menos que saia da mente de Einstein em teorias só postas em práticas nos seriados de J.J. Abrams. Nossa existência é feita de momentos, sensações, sejam prazeres ou dores. Arrepender-se de algo é automaticamente desejar que sua vida inteira pudesse ser alterada, pois não há ato, por menor que seja, que não tenha completa e total ligação com o que você é hoje.
Por muitas vezes desejei a habilidade de voltar no tempo para poder consertar um erro do passado. Ledo engano. Hoje posso enxergar com clareza, que seja nos erros ou nos acertos, nós sempre temos algo positivo a receber de qualquer consequência. Aprender, tornar a errar, acertar, acertar em excesso e descobrir um erro, todas as nossas ações moldam nosso comportamento, personalidade, caráter, podendo nos levar para profundas depressões ou entusiasmados estados de alegria. O grande ponto central daqueles que perdem seu entusiasmo, contudo, mora na perda de alguma referência.
Enxergar-se como um fracassado é a formula ideal para que você realmente venha a ser um fracassado, pois não existe um único homem vivo que possa ser considerado como tal. O fracasso é o resultado da frustração, mas não há mal irremediável o suficiente que o ser humano não tenha forças para vencer, ou pelo menos não àqueles que ainda possam se mover e pensar. Seja um jovem de dezoito anos que se vê numa situação desesperadora, ou um senhor de sessenta que acaba de decretar falência, sempre há um jeito de recomeçar.
Cada segundo lamentando pode representar um ano perdido. Dores existem, lidemos com elas, mas sigamos em frente, sem medo de cair de novo. Nosso potencial está na determinação e não no pesar.

Onde estão os nossos jovens?

Nossos adolescentes estão calados. Amordaçados dentro de uma realidade jamais vista. Controlados pelo que a tecnologia vende como libertação. Perdemos as vozes dos meninos e meninas, insuportáveis como só eles conseguiam ser. Deram lugar a uma massa compacta de desmiolados inertes, pedaços de poeira velha varridos de um lado para o outro sem reação.
O que fizeram com a rebeldia adolescente? Aquela que criava verdadeiros monstrinhos completamente impossíveis de lidar. Onde foi parar a voz esganiçada dos que se proclamavam sempre com razão? Dos que podiam ter todos os defeitos, mas lutavam com unhas e dentes por suas crenças. Aqueles que não se deixavam passar por cima, que não admitiam a derrota, que explodiam sem razão mas partiam pra cima do que consideravam errado. Onde foram parar? Como uma maioria virou minoria?
Está difícil enxergar futuro na adolescência que observo hoje, cada vez mais dominada, cada vez mais apática, acatando ordens insanas como se justas fossem, ouvindo músicas melosas que apenas falam sobre amores não correspondidos. Porra! Cadê o som das batidas que despertavam os olhares sangrentos contra tudo e todos? O adolescente precisa de suairracionalidade, de seus saltos perdidos rumo a paredes sólidas onde estatelam as fuças contra o concreto, de que outra forma podem amadurecer se não errando?
A adolescência precisa de sua rebeldia insana, necessita de uma interação social que leve ao “ignorar de conselhos”, das más influências. É um processo longo de aprendizado, principalmente de vida, do tipo que nos faz olhar para trás e dar gargalhada das loucuras cometidas, mas com a consciência de que foi espetacular. Vejo hoje adolescentes aceitando seus pais como legítimosdonos, baixando a cabeça para absurdos impostos. Não há revolta, não há interesse em xingar.
Os que hoje ouvem McFly, antes ouviam os berros enlouquecidos de Chester Bennington eSerj Tankian. Inspiravam-se em ir contra o sistema, mesmo sem saber o que isso significava. Observamos cada vez mais uma geração do “sim, senhor”, ao invés do “vai se fuder, você não sabe de nada”. O que já gerou movimentos como o Punk, hoje gera apenas movimentos como o Emo. O que antes eram berros e discussões pessoais, hoje transformou-se em papinhos de Messenger. O comodismo impera.
O que fizeram com a rebeldia adolescente? Queremos aqueles insuportáveis de volta. Quebrem tudo, lutem pelo que acreditam, levantem essas merdas dessas orelhas.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Porque os amores se perdem?


O mais difícil de entender quando os amores acabam, são os porquês. Porque duas pessoas que se encontraram e se encantaram, viveram um amor que parecia indestrutível, se separam?
Por quê o amor geralmente acaba de um lado só e é o outro que fica chorando e querendo entender as razões? Costumo comparar casais a chave e fechadura. Nem toda chave abre todas as portas e é necessário encontrar aquela exata que vai se encaixar perfeitamente e tudo será possível.
Amores deveriam ser eternos, mas nem sempre são.
Mas a gente acredita que cada vez que alguém toca nosso coração e entra, que é definitivo. Um casal que se apaixona de início, sem que um tenha tido o tempo de desnudar o outro nas suas verdades, acredita nessa chama e até briga por ela muitas vezes.
E cria-se sonhos, planeja-se o futuro… Enquanto isso os dias vão passando, toma-se menos cuidado em manter a magia e a parte dos dois que é mais sonhadora começa a sentir-se incomodada. Dá medo. Medo de ter que olhar bem nos olhos da realidade e dizer: acabou!
Medo de ter que se confessar a si próprio que ainda não foi aquela vez! Medo da solidão, de ter que recomeçar… Não são as decepções que matam o amor. Se assim fosse, não existiriam perdões e reconciliações. O que mata o amor é simplesmente a tomada de consciência de que o outro não é o ser sonhado. É como acordar depois de um longo sono e lindos sonhos. O outro está ali, é a mesma pessoa, mas aquela neblina que dava a impressão de irrealidade já não mais existe. E isso não acontece da noite para o dia, como se costuma pensar.
É algo que vem com os dias, os hábitos, as monotonias. Um percebe, o outro não. Um começa a se sentir angustiado e o outro continua acreditando ou finge que acredita. E quando a gota que faz transbordar o vaso chega é o mundo todo que desmorona. Porém, tudo não fica definitivamente perdido. Sobra de um lado a dor, e os porquês, um resto de amor que teima em ficar no fundo como o vinho envelhecido na garrafa e do outro o coração dividido por não poder reparar erros cometidos e a vontade de continuar em busca de outros horizontes. Sobra para os dois a ternura e a lembrança dos momentos passados juntos.
Por que corta-se relacionamentos, mas não se apaga momentos, mesmo que a gente queira. Vivido é vivido, feliz ou infelizmente. Inútil é querer resgatar um amor que resolveu partir pra outras direções. Quanto mais apega-se, mais ele se afasta. E quanto mais se afasta, mais dói no outro a incompreensão. É uma roda da qual é difícil de sair. E é uma pena, pois os corações não merecem isso.
Quando a questão é amor, não existe justo ou injusto. Existe o que ama, e o que não ama mais. Precisamos aceitar que o outro não tenha os mesmos sentimentos, mesmo se isso nos faz mal, por que se o amor não for livre para se instalar onde realmente deseja, ele perde toda a razão de ser.

sábado, 4 de setembro de 2010

Vai entender.

Você deu flores que ela(e) deixou a seco.
Você levou para conhecer a sua mãe e ela foi de blusa transparente.
Você gosta de rock e ela de chorinho.
Você gosta de praia e ela tem alergia a sol.
Você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo. Nem no ódio vocês combinam.
Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas.
Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim.
Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes de Woody Allen, dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.
Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettuccine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo.
Com um currículo desses, criatura, por que diabo está sem um amor?
Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = 2 apaixonados. Até hoje eu acho que os relacionamentos são um Balanço Patrimonial Contábil
Não funciona assim. Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem.
Caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Costuma ser despertado mais pelas flechas do cupido do que por uma ficha limpa.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano (o amor é lindo…). Isso são só referências.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.
Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família tá assim ó.
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é.